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Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade TDAH

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De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o TDAH é um transtorno neurobiológico de causa genética, passível de ser tratado com o uso de medicamentos.

Author / translator Marina Assis Fonseca

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o TDAH é um transtorno neurobiológico de causa genética, passível de ser tratado com o uso de medicamentos. Entretanto, alguns estudiosos do assunto negam a existência do distúrbio, alegando que, até o presente momento, não se conseguiu determinar a área do cérebro comprometida pelo problema nem os genes diretamente envolvidos com o seu surgimento. Creem esses estudiosos que crianças e adolescentes saudáveis que apresentam dificuldades no processo de escolarização estão sendo rotuladas indevidamente como portadoras de supostas doenças neurológicas, sobretudo o TDAH, numa clara medicalização dos processos de aprendizagem e desenvolvimento.
Qual é a melhor forma de lidar com crianças irrequietas: medicando ou não? O que levar em conta, além do aproveitamento escolar tradicional? Se a questão econômica interfere, como avaliar a relação custo-benefício para os indivíduos, para instituições e para a sociedade? TDAH é um problema de saúde mental, a ser abordado individualmente, ou um problema de uma geração, que requer respostas coletivas de instituições, especialmente das escolas ?

Created 19 July 2020
Last edited 12 February 2021
Topics Education, Health, Risks & security

Policy positions

Policy position 1

O estado deve assegurar políticas públicas amplas (de saúde e educação) de modo a garantir os direitos de sujeitos identificados com TDAH. É dever do estado, por meio de suas instituições de saúde e educacionais identificar e fornecer meios (inclusive medicamentos) para os indivíduos lidarem com o TDAH.

Policy position 2

O estado deve assegurar que as instituições educacionais tenham condições adequadas para a demanda pedagógica relacionada aos indivíduos identificados com TDAH, a exemplo da formação dos docentes sobre o tema, infra-estrutura psicológica nas escolas, de modo a compartilhar as responsabilidades de diagnóstico e tratamentos com os profissionais da saúde.

Policy position 3

O estado tem o dever de informar sobre o TDAH e apoiar as instituições no delineamento de orientação aos indivíduos e as famílias, não assumindo responsabilidades ligadas ao diagnóstico ou tratamento por meio de suas instituições de educação ou saúde,

Policy position 4

O estado não deve ter nenhuma prerrogativa ou envolvimento com o diagnóstico e tratamento, os quais devem ser de responsabilidade exclusiva das famílias e dos indivíduos, na medida em que sintam necessidade de se adequarem às demandas de dada instituição educacional ou social. O estado não deve elaborar políticas ou meios de lidar com uma síndrome, cuja natureza é controversa e indefinida.

Story cards

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TDAH é um transtorno reconhecido pela comunidade médica. Quem defende que TDAH não existe, na verdade pretende vender alguma forma de tratamento diferente do que é atualmente aconselhado. Afirmam que o tratamento do TDAH com medicamentos causa consequências terríveis, porém, na literatura científica, nada disso está comprovado.

Dr. Eduardo - Psiquiatra
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Não recomendo medicar as crianças que são diagnosticadas com essa suposta doença, porque ela não existe. Talvez, o melhor que se possa fazer é ir a um psicólogo clínico ou psicanalista e aprender a estabelecer limites. Crianças agitadas podem ser assim por diferentes motivos. Mas já tive clientes que enfrentavam bullying, violência doméstica, assédio, por isso ficavam muito nervosas com todos os motivos do mundo.

Helena (Psicóloga)
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Quando nosso filho Lucas tinha 06 anos, a escola nos chamou para uma conversa. A reunião aconteceu, junto com a professora e a coordenadora pedagógica. Elas nos afirmaram que nosso filho era desatento, inquieto, deixava o lápis cair no chão o tempo todo e não dava conta de fazer as cópias do quadro e por isso, ficava sempre no recreio para terminar a cópia. As duas disseram que os filhos delas, também tinham esse mesmo comportamento, mas depois que começaram a tomar Ritalina eles melhoraram, e hoje são muito centrados. Nos aconselharam a procurar uma neuropediatra, que elas mesmo indicaram, pois ele tinha TDHA. Nos mandou fazer uma avaliação neuro psicológica com uma psicóloga, também indicada por elas. Além disso, a professora nos orientou a ler o livro “Mentes inquietas” para aceitar a medicação. Tive a certeza que estavam negociando com um suposto diagnóstico do meu filho.

Alberto/Olivia (pais de uma criança com indicação da Escola de TDAH)
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Não tem jeito de dar aula! Em uma sala de 30, 40 alunos, quando poucos (ou apenas um) não ficam quietos, perturbam o tempo todo, irritam os colegas, como posso manter minha sanidade mental? Tenho que me desdobrar. Isso não é normal! Existe sim algum problema com essas crianças.

Raquel (Professora)
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Quando eu estou na escola parece que tem um tanto de bolha na minha cabeça, em uma bolha tá o Sonic, na outra bolha tá a professora falando, na outra bolha tá minha mãe, na outra bolha tá meu pai... Ai fica esse tanto de bolha e eu não consigo me concentrar em uma bolha só. Às vezes parece que tem um raio dentro de mim e quando esse raio fica muito forte eu bato em alguém. Com a medicação eu consigo me concentrar em uma bolha só, os raios diminuíram e as pessoas pararam de brigar comigo.

Isabela (Criança diagnosticada e medicada como TDAH)
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Presenciei muitas vezes, uma simples palavra desencadear uma explosão emocional de quem tem TDAH. E se olharmos pelo lado do portador, vemos que também não é uma situação fácil. Eles sofrem muito com isso, tudo dentro deles é intenso e ampliado. Eu sei que é muito difícil para alguns pais que tem filhos com TDAH aceitarem a situação. É mais cômodo simplesmente seguir a vida, não lidar com isso. Mas acredito que isso é uma violência com a criança e para a família como um todo.

Jorge (Psicanalista)
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A maioria dos meus colegas de profissão usa em seu diagnóstico entrevistas com os pais, laudos de escolas, o questionário SNAP IV e critérios da DSM IV. Isso tudo, normalmente, em uma consulta de 1 hora. Sei que isso não basta para diagnosticar uma criança em tão diferentes ambientes de socialização. Acho desafiador não medicar uma criança porque os pais e professores não conseguem lidar com a agitação da infância e com o lobby da indústria farmacêutica de uma droga que as pessoas veem como “milagrosa”.

Leticia (Pediatra)
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Tenho mais de 20 anos de magistério é percebo um aumento muito grande na dificuldade em se manter a harmonia durante o tempo em que algumas crianças ficam na escola. Eu acredito que isso é um reflexo do cotidiano delas em casa. Como posso pedir para uma criança ficar horas sentada em uma sala quando, em casa. Não existem normas e elas passam horas na frente de um jogo eletrônico. Acredito que a escola não tem conseguido manter as crianças e jovens motivados e que nem seja o foco da família ou sociedade ajudar a escola nesse processo.

Fernanda (Gestora Escolar)
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Nossa empresa está empenhada na descoberta e desenvolvimento de novos medicamentos para tratar doenças e buscamos possibilitar que os pacientes possam se beneficiar o mais rápido possível. Temos que pensar além do nosso tempo, pensar nas futuras gerações que, graças às nossas pesquisas, terão uma qualidade de vida invejável. Não entendo a controvérsia em relação a um medicamento que traz tantos benefícios.

Indústria Farmacêutica
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Eu consigo perceber claramente em meus estudos que as pessoas não entendem que a frustração e o sofrimento fazem parte do viver, não se permitem amadurecer. Ao invés de aprenderem a lidar com essas situações, procuram a medicalização. As famílias não querem ter trabalho de educar os filhos e as escolas não conseguem lidar com as dificuldades de conviver com crianças “indomáveis”, que não se encaixam no que a sociedade pauta como “normal” ou “aceitável”`. Então, o remédio passa a ser o caminho apontado como a solução.

Luiz (Antropólogo)

INFO CARDSISSUE CARDS

Padrões de comportamento

Quem define o que é comportamento aceitável e desordem comportamental e quem deve controlar o tratamento?

Causas de agitação

Televisão, internet, jogos eletrônicos aliados à falta de limites adequados. Seriam esses os fatores que explicariam a agitação das crianças?

Explicações

Alguns estudiosos do assunto negam a existência do distúrbio (TDAH) em uma clara oposição à medicalização dos processos escolares. Outros afirmam que o problema é o funcionamento de certas áreas do cérebro que explicam os sintomas da TDAH. Em quem confiar?

"Laudo de olho"

Os maiores problemas relacionados ao uso de medicação contra TDAH estão no uso incorreto e no descuido no diagnóstico. Muitos pais e professores partem de um “laudo de olho” baseado no senso comum. Ocorre uma pressão para que a criança se adeque à escola e à expectativa da sociedade do sobre o que seria um comportamento “normal”?

Controle de acesso

Segundo dados do DEA (Drug Enforcement Administration) órgão administrativo de narcóticos da Polícia Federal norte-americana, aproximadamente 3.601 atendimentos dos prontos-socorros em 2010 estavam relacionados ao uso indiscriminado do metilfenidato, e 186 mortes estavam ligadas ao uso do medicamento. Como ter um maior controle no acesso a essas medicações?

Uso de medicação em longo prazo

Qualquer medicação envolve riscos e efeitos colaterais, ainda mais medicações psiquiátricas. Como saber dos riscos em longo prazo da utilização de uma medicação em pessoas tão jovens e por longos períodos de tempo?

Nova doença

As condições psiquiátricas dos estudantes com transtorno de déficit de atenção com hiperatividade não existiam há 30 anos, pelo menos não no seu sentido moderno. Eles apareceram em resposta à medicalização ou ao avanço da medicina em diagnósticos?

Ética

A indústria farmacológica é uma das que mais lucram no mundo. A cada descoberta de nova doença ou transtorno uma corrida é declarada entre os laboratórios para patentear seus produtos e dominarem o mercado consumidor. Existem limites éticos para essa corrida?

Aumento de casos

Com o tempo, medicamentos psiquiátricos mais efetivos, foram desenvolvidos. Os níveis de problemas em relação a doenças psiquiátricas deveriam diminuir, mas todas as evidências mostram o contrário. E está acontecendo o mesmo em todos os países que adotam o modelo de tratamento através da medicalização. Estamos no caminho certo?

Padrões de comportamento

Quem define o que é comportamento
aceitável e desordem comportamental
e quem deve controlar o tratamento?

CID-10

A CID-10 foi conceituada para padronizar e catalogar as doenças e problemas relacionados à saúde, tendo como referência a Nomenclatura Internacional de Doenças, estabelecida pela Organização Mundial de Saúde. No caso de diagnóstico do TDAH o código utilizado é CID- 10 F90 que identifica um grupo de transtornos caracterizados por início precoce (habitualmente durante os cinco primeiros anos de vida) falta de perseverança nas atividades que exigem

TDAH, segundo OMS

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o TDAH é um transtorno neurobiológico de causa genética, passível de ser tratado com o uso de medicamentos. Aparece na infância e frequentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade.

Medicação e Calendário Escolar

Observa-se um padrão no consumo de medicação de TDAH, relacionado ao ano letivo, com quedas acentuadas no período de recesso escolar: janeiro e dezembro. Esses dados indicam que possivelmente a utilização por crianças e adolescentes em processo de escolarização é reduzida no período de recesso escolar, mas que o seu consumo cresce concomitantemente ao longo do ano escolar, com aumento nas épocas onde há iminência de reprovação escolar.

Linhas Pedagógicas

O objetivo principal do tratamento do TDAH é que o paciente aprenda a lidar com seus sintomas, evitando ou limitando os prejuízos em sua vida. Existem linhas pedagógicas distintas, por exemplo: Tradicional, Construtivista, Montessoriana, Pedagogia Waldorf, Democrática. Essas linhas podem e devem ser levadas em consideração na hora de escolher a escola, considerando o perfil da criança

Psicoestimulantes e TDAH

O uso de psicoestimulantes não cura TDAH, somente alivia seus sintomas. Tratamentos medicamentosos, a princípio, são para sempre. Os efeitos dos medicamentos de TDAH desaparecem por completo em poucas horas, tendo que ser tomada nova dose para que os efeitos sejam sentidos.

Multimodalidade

O Tratamento do TDAH deve ser multimodal, ou seja, uma combinação de medicamentos, orientação aos pais e professores, além de técnicas específicas que são ensinadas ao portador. A medicação, na maioria dos casos, faz parte do tratamento. A psicoterapia que é indicada para o tratamento do TDAH chama-se Terapia Cognitiva Comportamental, que no Brasil é uma atribuição exclusiva de psicólogos.

Resolução CNE

O artigo 8º da Resolução CNE/CEB Nº 02/2001 institui que as escolas incluam o TDAH em turmas regulares respeitando suas especificidades. Rotina organizada, provas com questões diretas e curtas, mais tempo para realizar as avaliações escolares são alguns direitos do estudante portador de TDAH.

Metilfenidato

O metilfenidato é o psicoestimulante mais consumido no mundo. De acordo com a ONU, a produção mundial anual passou de 2,8 toneladas em 1990 para quase 38 toneladas em 2006. No Brasil, o uso também teve um aumento. Em 2000, o consumo de metilfenidato foi de 23k. Sua produção, no Brasil, passou de 40 kg em 2002 para 226 kg em 2006.

Experiências

Existem resultados positivos com experiências em escolas que dão mais tempo para as crianças brincarem, que optam por alimentação saudável ou mudam a forma de os professores ensinarem. Em todos estes casos, os sintomas de TDAH desaparecem.

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