Experimentação Animal em Investigação Biomédica na Europa

Discover PlayDecide. Download games, prepare, play. GET STARTED

Play the game

Download, prepare, discuss & collect results.

Author / translator IBMC-i3S

Em países Europeus, assim como noutros países, “A experimentação animal em investigação biomédica” é um tema de debate intenso. Por um lado, procuram-se medicamentos e tratamentos novos, melhores e seguros. Por outro lado, não se pretende que os animais sofram ou morram para atingir isso. Apesar de existir um número crescente de alternativas à experimentação animal, esta não é ainda possível de excluir por completo. Mas até onde nos deve ser permitido ir para melhorar a nossa própria saúde? “Este jogo é fortemente baseado numa versão criada por alunos do Erasmus MC University Medical Center Rotterdam.”

Created 12 October 2020

Last edited 24 November 2020

Topics Education, Ethics, Science

Policy positions

Policy position 1

A experimentação animal nunca deve ser permitida, nem mesmo para investigação biomédica.

Policy position 2

A experimentação animal em investigação biomédica só é permitida para investigar a cura ou tratamento de doenças que acarretam risco de vida, como o cancro.

Policy position 3

A experimentação animal em investigação biomédica é permitida se os animais forem bem cuidados e não existirem alternativas.

Policy position 4

A experimentação animal em investigação biomédica deve ser sempre permitida.

Story cards

Tenho leucemia e a taxa de sobrevivência para uma pessoa como eu é de 55%. Ouvi dizer que há um novo tratamento a ser desenvolvido. Antes que possa participar num estudo de investigação, as experiências em animais têm de estar primeiro concluídas. Naturalmente, é terrível que os animais tenham de morrer por mim, mas eu tenho só 30 anos e não quero morrer já.

A história do Paulo

Sou o presidente de uma associação de doentes. A associação dedica-se à investigação de novos tratamentos, mesmo que isso signifique que experiências em animais tenham de ser realizadas. A investigação sobre novos tratamentos dá esperança aos doentes. Considero importante que os animais sejam tratados com humanidade.

A história do Pedro

O meu filho de 3 anos tem epilepsia. Até agora temos conseguido controlar a sua epilepsia, mas tenho notado que ele precisa de uma carga de medicamentos cada vez maior. Quando um novo medicamento estiver disponível no mercado, tenho a certeza que terá sido amplamente testado em animais e em doentes. Mas como sabem que não tem efeitos prejudiciais a longo prazo? E quais são os efeitos em crianças?

A história da Ana

Trabalho para a Sociedade de Proteção dos Animais, onde somos críticos sobre os testes feitos em animais, mas ao mesmo tempo também somos realistas. Temos o objetivo de abolir completamente a experimentação animal, mas entendemos que isso ainda não é possível. Temos esperança de conseguir isso, através de discussões com especialistas em experimentação animal, investigadores e o Governo, no sentido de promover métodos de investigação alternativos, em que nenhum animal é utilizado.

A história do João

Acredito que ratinhos e seres humanos têm direitos iguais. Os ratinhos não devem, por isso, ser usados em investigação. Eu nunca ameaçaria um investigador que trabalha com ratinhos, mas uma vez ajudei a libertar ratinhos de um laboratório. Eu poderia, por isso, ser visto como um ativista pelos direitos dos animais.

A história do Francisco

Sou médico num Centro Médico Universitário e realizo investigação na área do cancro. O uso de ratinhos na nossa investigação permitiu-nos dar um grande salto no tratamento e mesmo na prevenção de um tipo de cancro colorretal. Daqui a poucos anos, talvez possamos curar mais doentes. Quando vou a eventos, não digo às pessoas que realizo experiências em animais, uma vez que geralmente não entendem. Isso é uma pena.

A história do Daniel

Sou tratadora de animais num centro de testes em animais. Os animais são bem tratados no centro e é interessante trabalhar com eles. No entanto, eventualmente, os animais serão usados numa experiência, pelo que quero dar-lhes a melhor vida possível.

A história da Laura

Irei para a Universidade no próximo ano e depois de ter estudado Biologia, quero tornar-me investigadora científica. Não creio que queira trabalhar com animais de laboratório. Posso só trabalhar com modelos computacionais?

A história da Rita

Acho que é triste que os animais tenham de sofrer porque estamos doentes. Eu tenho um cão e posso dizer que ele tem sentimentos tal como os seres humanos. Eu odiaria imaginar o meu cão a ser usado numa experiência. Como será que esses animais de laboratório se sentem?

A história do Carlos

Sou enfermeira num lar para idosos e estou em contacto com muitos doentes de Alzheimer. É horrível ver uma mãe incapaz de reconhecer os próprios filhos. Um medicamento foi agora descoberto para a doença de Alzheimer e tem um efeito positivo em ratinhos. Este medicamento também funcionará em humanos?

A história da Margarida

Sou membro de uma fundação que é contra a experimentação animal. O jornal trimestral da fundação frequentemente menciona o facto de mais animais de laboratório morrerem do que o necessário. Financiamento adicional deveria ser disponibilizado para o desenvolvimento de métodos que não necessitem de animais de laboratório. Se quiséssemos, poderíamos certamente usar menos animais de laboratório!

A história do António

INFO CARDSISSUE CARDS

Não foi longe o suficiente?

Não terá a ciência médica avançado já o suficiente devido à experimentação animal realizada no passado? As vantagens ainda superam as desvantagens?

Epidemia global

Há um súbito surto global de gripe que pode matar milhões de pessoas, pois não existe ainda uma vacina. Isso significa que mais experiências em animais podem ser realizadas para permitir o desenvolvimento rápido de uma vacina?

Condições de vida animal e criação industrial

As condições de vida dos animais em quintas industriais são muito menos humanas do que as condições de vida dos animais de laboratório. Apesar disso, comer carne é permitido. Comer carne é mais importante do que os avanços na medicina?

Os seres humanos são mais importantes do que os animais?

Um ser humano é mais importante do que um animal? Faz diferença o tipo de animal?

A experimentação animal diz respeito a todos

Se alguém realmente desaprova a experimentação animal, não deveria também não aceitar medicamentos ou tratamentos que foram desenvolvidos através de testes em animais?

Um animal é um bom modelo?

Um animal não é igual a um ser humano. Os testes realizados em animais conseguem prever corretamente o que é esperado em seres humanos?

Medicamentos para animais

É menos grave se os animais de laboratório forem utilizados para desenvolver medicamentos para outros animais?

Uma vida melhor do que a dos animais de estimação?

As regras rígidas e os bons cuidados garantem que os animais de laboratório estão em melhor situação do que alguns animais de estimação.

Ratinhos ou porcos?

É menos grave usar ratinhos do que porcos?

Uso de animais reprodutores em experiências

Os animais reprodutores que deram ninhadas devem ainda ser usados em experiências? Não terão as mães já feito o suficiente?

É tudo permitido?

Deve tudo ser permitido na cura de doenças humanas graves, como o cancro ou o HIV?

Responsabilidade

Os seres humanos têm o direito de usar ou matar animais, principalmente se tiverem cuidado do animal desde o seu nascimento?

Consciencialização de políticos para a experimentação animal

Os políticos deveriam prestar mais atenção à experimentação animal e aumentar o financiamento para a investigação de alternativas.

Progresso médico

O progresso médico não pode ser alcançado sem a experimentação animal. O progresso feito no passado só foi conseguido graças à experimentação animal.

Muito poucas alternativas

As alternativas ainda são usadas de forma insuficiente.

Respeito pela natureza

Devemos respeitar a natureza e não modificar geneticamente animais de laboratório.

Se não o fizermos, alguém o fará

Se não o fizermos, definitivamente o farão noutro lugar. Embora façamos o máximo para garantir o bem-estar animal neste país, outros países podem pensar de forma bastante diferente sobre o bem-estar animal. Talvez pensem só nas alegrias e não no fardo?

Disponibilizando medicamentos

Ainda existem tantos medicamentos que não estão disponíveis para todos. Devemos fazer algo em relação a isto, antes de desenvolver novos medicamentos usando animais.

Os animais pensam sobre si mesmo?

Se um animal tiver uma aparência estranha, mas é aceite pelos animais da mesma espécie, será este um caso de sofrimento animal? Ou será que somos nós que vimos isso como um problema e não o próprio animal?

Temos o direito?

O que dá aos seres humanos o direito de usar animais como animais de estimação, animais para criação ou animais de laboratório? Para que fins podemos ou não usá-los?

Queremos manter todos vivos?

Queremos manter todos vivos? Ou devemos aceitar o facto de que nem todos morrem com a mesma idade e deixar a natureza seguir o seu curso? E quem tem o direito de tomar essa decisão?

Efeitos secundários

Gostaria de usar um medicamento com efeitos secundários desconhecidos e para o qual ainda não se sabe como atua? Gostaria que os seus pais usassem este medicamento?

Animais de Laboratório na Europa

Entre 2015-2017, aproximadamente 9.5 milhões de animais foram usados para fins científicos e outros fins experimentais na União Europeia, para benefício da saúde humana.

Menos desconforto

Às vezes, se as experiências resultarem num grande desconforto para certos animais, a carga por animal pode ser reduzida, usando mais animais.

Um elo na cadeia de investigação

As experiências com animais são um dos elos importantes na cadeia de investigação. Os animais são usados para testar se uma substância também funciona num organismo, antes de ser testada em seres humanos. A maioria da investigação sobre novos medicamentos, novos tratamentos, ou mesmo em formas de prevenção de uma doença é realizada com pessoas, culturas celulares, modelos computacionais e outros métodos não-animais.

Treino para investigadores

Não é permitido o trabalho com animais de laboratório a qualquer pessoa. Um investigador só poderá trabalhar com animais de laboratório se ele(a) tiver educação adequada e se tiver concluído com sucesso um curso sobre “ciência de animais de laboratório”.

Aquisição de novas competências

Atualmente, existem muitos métodos e instrumentos novos para intervenções, em que os doentes são poupados. Estas técnicas são muitas vezes complicadas. Antes que os cirurgiões possam usar essas técnicas em seres humanos, primeiro treinam em animais de laboratório.

3 R’s: Replacing (Substituir), Reducing (Reduzir) and Refining (Refinar) (1)

A experimentação animal está, onde possível, a ser substituída por métodos de experimentação não-animais.

3 R’s: Replacing (Substituir), Reducing (Reduzir) and Refining (Refinar) (2)

Novas técnicas resultaram num aumento na quantidade de informação que é obtida por animal, o que significa que menos animais são necessários para alcançar bons resultados de investigação. Não é permitido o uso de mais animais do que os necessários numa investigação.

3 R’s: Replacing (Substituir), Reducing (Reduzir) and Refining (Refinar) (3)

Os animais são bem cuidados, estão na companhia de outros animais e recebem brinquedos para uma boa qualidade de vida. Os animais são também manuseados de forma gentil e delicada, e anestésicos e analgésicos são administrados se necessário. As experiências invasivas são interrompidas o mais rápido possível.

Órgão de Bem-Estar (e Ética) Animal

Cada experiência em animais é primeiro avaliada por um órgão institucional, ORBEA. O ORBEA determina se a investigação é importante e o sofrimento animal é minimizado o suficiente para determinar até que ponto os animais de laboratório podem ser utilizados no estudo.

Supervisão do bem-estar animal

Cada instituição tem um grupo especialista que supervisiona o bem-estar dos animais. Cada biotério tem um veterinário designado com experiência em medicina de animais de laboratório.

Animais

A Diretiva Europeia 2010/63EU em experimentação animal protege os animais que são usados em investigação. Os animais mais comumente usados são os murganhos (também conhecidos como ratinhos). O peixe-zebra é cada vez mais usado, uma vez que os embriões se desenvolvem fora do corpo da fêmea, e podem por isso ser facilmente analisados.

Treino para tratadores de animais

Os tratadores de animais de laboratório devem ter formação que inclua especificamente animais de laboratório.

Teste duplo em animais

Se a investigação não resultar em descobertas interessantes, esta não é reportada ou publicada e existe a possibilidade de outros investigadores realizarem experiências semelhantes.

Desenvolvendo alternativas

Alternativas à experimentação em animais estão a ser amplamente desenvolvidas na União Europeia por Centros Médicos Universitários, indústria, órgãos governamentais, institutos de investigação, laboratórios especializados e através de projetos financiados pela União Europeia.

Julgamento ético

A experimentação animal só é permitida se os benefícios esperados superarem os danos esperados para os animais.

Obrigações legais

Espera-se que novos medicamentos sejam testados em animais de laboratório, antes que sejam testados em humanos (voluntários e pacientes).

Doenças humanas

Até ao momento, muitas doenças humanas conhecidas (70% das 6000, de acordo com o site da WHO) não podem ser tratadas adequadamente.
Adiciona prevenção em vez de foco na cura.

Resultados da experimentação animal (1)

Os primeiros transplantes de córnea foram realizados em humanos, no início do século XXI, baseados em testes realizados em coelhos.

Resultados da experimentação animal (2)

Na década de 40, a máquina coração-pulmão foi desenvolvida graças a testes realizados em cães.

Resultados da experimentação animal (3)

Na década de 50, a vacina da pólio foi desenvolvida graças a testes realizados em ratinhos e macacos.

Resultados da experimentação animal (4)

Uma vacina contra a doença de Alzheimer está a ser desenvolvida e provou ser eficaz em ratinhos, estando agora a ser testada em seres humanos.

Identificando animais de laboratório

A identificação de animais de laboratório é feita para os distinguir. A identificação pode ser temporária, raspando alguns pelos ou marcando com tinta a pele ou pelo, ou pode ser permanente, usando microchips subcutâneos ou fazendo uma marca na orelha. O corte do dedo do pé é utilizado quando as outras técnicas não podem ser aplicadas (ex. em animais jovens).

Não mais doente do que o necessário

Algumas experiências podem deixar os animais doentes. Muitas vezes, os investigadores podem, numa fase inicial, ver qual será o resultado de uma experiência. Em Portugal é proibido deixar os animais sofrerem mais do que o necessário para realizar a experiência. Os investigadores eutanasiam os animais, antes que fiquem gravemente doentes.

Pesquisa num corpo inteiro

Os corpos de humanos e animais são muito complexos. Para estudar a interação complexa entre células e tecidos num corpo, são necessários animais de laboratório.

Criação de animais em laboratório

Certas linhagens de animais de laboratório frequentemente utilizadas, são criadas por criadores especializados com permissão para o fazer. Linhas e linhagens especiais são criadas pelas próprias instituições.

Sentimentos dos animais

A investigação científica mostra que os animais podem sentir dor e stress.

Efeitos secundários

Os medicamentos podem provocar efeitos secundários. Normalmente existem apenas alguns efeitos secundários e estes não fazem mal, mas há casos em que podem ser prejudiciais. O desenvolvimento de medicamentos é frequentemente interrompido, quando os testes em animais mostram que não são seguros o suficiente, não são bem absorvidos ou deixam o corpo muito rapidamente.

Exemplos de Alternativas

Métodos de investigação alternativos podem resultar na utilização de menos animais ou num menor sofrimento animal. Após a introdução de uma alternativa adequada, esta rapidamente deixa de ser vista como alternativa e torna-se a opção principal. Existe muito interesse no uso de material humano, por exemplo, pele crescida em laboratório.

Sem medicamentos novos

Nem todas as experiências em animais resultam num novo medicamento ou num novo tratamento.

Tragédia da Talidomida

A experimentação animal nem sempre prova que um medicamento é seguro. Entre 1957-1961, o talidomida foi receitado a mulheres grávidas como um medicamento para dormir. Este medicamento foi testado em ratinho, mas em bebés descobriu-se que provocava malformações nos membros, orelhas ou órgãos. Atualmente são realizados testes mais detalhados para avaliar os potenciais efeitos secundários, principalmente no feto.

Efeitos secundários graves

As substâncias ativas usadas para tratar doenças graves, frequentemente também apresentam efeitos secundários graves (por exemplo a quimioterapia). As experiências em animais são necessárias para compreender os efeitos secundários num organismo.

Menos testes em animais

A introdução de legislação pretende reduzir o número de animais. Por exemplo, na Holanda houve uma clara redução no uso de animais, após a introdução dessa legislação em 1986.